quando começamos determinado assunto na atividade
artesanal, às vezes, não temos ideia da extensa gama de variáveis que vamos
encontrar. E isso vai acontecer exatamente no assunto que agora abordamos: a
arte da reciclagem. Chamo de arte porque o que nos interessa aqui é o
artesanato que se faz com reciclagem, mas, não podemos deixar de citar
alguns processos industriais sobre a reciclagem de madeira, para mostrar que
tem muita gente preocupada com o esgotamento de recursos naturais. E, em muitos
casos, o produto dessa reciclagem acaba sendo usado em muitas formas de
artesanato.
Ao lado disso, quando começamos a pesquisar sobre o
assunto, não prevíamos a capacidade criativa de nossos artesãos. Como vimos em post
anterior, até galhos podados de árvores e restos de cadeira viram belas peças
artesanais.
Por isso, esse post recebe o título de "Arte da Reciclagem 1, pois outro ou outros virão.
Só para ser ter uma ideia, existe uma canal no YouTube
do Onivaldo Prumolino, chamado “Porcas pregos e parafusos”, que ensina a fazer
uma variedade de máquinas e ferramentas apenas com a utilização de sucata de
todos os tipos.
Mas nosso foco aqui é madeira, isto é, reciclagem
com madeira, então vamos lá:
Reciclagem industrial
Atualmente
existem vários processos de reciclagem industrial de madeira que resultam em
materiais para os mais diversos usos.
O mais simples deles é a fabricação de Briquete, que são blocos compactados de materiais energéticos, geralmente feitos a partir de resíduos de madeira, com a adição de outros materiais. A matéria-prima básica é a serragem, à qual se acrescenta papel, casca de arroz, palha de milho, sabugo, bagaço de cana-de-açúcar, entre outros. Depois de triturado em meio liquido, é submetido a prensagem e secagem. Conhecido como lenha ecológica, o briquete é capaz de substituir com eficiência o gás, a energia elétrica, o carvão vegetal, o carvão mineral, a lenha e outros tipos de combustíveis. Este tipo de geração de energia vem sendo cada vez mais utilizado por ser ecologicamente limpo, já que a emissão de gás carbônico para o ambiente é expressivamente diminuída. Os briquetes podem ser utilizados na geração de energia elétrica (com baixo custo) oriunda da biomassa vegetal. Também são utilizados na confecção de “pallets”, como separadores.
O mais simples deles é a fabricação de Briquete, que são blocos compactados de materiais energéticos, geralmente feitos a partir de resíduos de madeira, com a adição de outros materiais. A matéria-prima básica é a serragem, à qual se acrescenta papel, casca de arroz, palha de milho, sabugo, bagaço de cana-de-açúcar, entre outros. Depois de triturado em meio liquido, é submetido a prensagem e secagem. Conhecido como lenha ecológica, o briquete é capaz de substituir com eficiência o gás, a energia elétrica, o carvão vegetal, o carvão mineral, a lenha e outros tipos de combustíveis. Este tipo de geração de energia vem sendo cada vez mais utilizado por ser ecologicamente limpo, já que a emissão de gás carbônico para o ambiente é expressivamente diminuída. Os briquetes podem ser utilizados na geração de energia elétrica (com baixo custo) oriunda da biomassa vegetal. Também são utilizados na confecção de “pallets”, como separadores.
Mais conhecidos pelos artesãos são os compensados laminados, de sarrafos ou OSB (Oriented Strand Board, que se
traduz por Painel de Tiras de Madeira Orientadas). e
as placas obtidas com prensagem de fibras ou partículas de madeira e resinas,
conhecidas como MDF e MDP ou aglomerado. MDF é a sigla para “Medium Density
Particleboard” que em português seria “Painel de Partículas de Média Densidade”.
Já MDP é a sigla de “Medium Density
Fiberboard”, traduzida por “Chapa de fibra de média densidade”.
Os compensados laminados, a rigor, não entrariam na classificação de materiais reciclados, porque são produzidos com lâminas extraídas da madeira natural, unidas sob alta pressão, adquirindo excelente resistência mecânica. Todavia, são intensamente reutilizados pelos artesãos que os retiram de móveis, balcões e embalagens industriais em seus projetos.
Já os compensados de sarrafos, embora sejam
produzidos industrialmente, podem ser também manufaturados em pequenas
oficinas. Basicamente, são sarrafos colados entre si e depois encapados sob
pressão com uma lâmina de madeira de cada lado, adquirindo a aparência de uma
placa de madeira. Um exemplo muito comum são as portas fabricadas com esse
material. São também bastante reutilizados pelos artesãos, quando descartados
como sucata, além de poderem ser produzidos pelos próprios, de forma totalmente
artesanal.
O compensado OSB é produzido em painéis estruturais de tiras de
madeira proveniente de reflorestamento, orientadas em três camadas
perpendiculares, unidas com resina resistentes a intempéries e prensadas sob
alta temperatura, o que aumenta sua resistência mecânica, rigidez e
estabilidade. É muito utilizado na construção civil em tapumes e formas de concreto. Vale aqui a mesma observação sobre o compensado laminado, quanto
a sua reutilização por artesãos, embora ainda não seja muito difundida sua utilização em marcenaria.
O MDF e MDP, que são produzidos e direcionados
quase que exclusivamente para a indústria moveleira, podem ser produzidos com reaproveitamento de madeiras, pois se utiliza
serragem ou fibras de madeira na sua fabricação. Em artesanato, são
reaproveitados de móveis sucateados para a criação artesanal.
Por suas características, o MDF apresenta maior versatilidade de uso. Pode ser fabricado em estado natural, comumente chamado de "MDF cru" ou com a aplicação de revestimentos melamínicos, PVC,
lâmina de madeira natural e pré-composta, laminado de
plástico de pressão. Em seu estado natural (cru) se presta à aplicação de laca, verniz PU (poliuretano) e
UV (ultravioleta), tingidores e seladores. O MDF aceita melhor a usinagem, possibilitando acabamentos em curvas.
MDF cru |
MDF laminado |
Por isso, embora tenha menor resistência estrutural em relação ao MDP, é preferido pelos marceneiros na confecção de móveis planejados.
Além disso, existem na opção de laminado de um lado e cru do outro, trazendo economia quando se trata de fundos de móveis e de gavetas, por exemplo. Em seu estado cru, além de tingidores, vernizes e seladores, aceita bem a aplicação de tintas a base de água e solventes.
Já o MDP é bem menos propício à usinagem e sua utilização fica restrita a peças retas, como peças estruturais, prateleiras, portas e tampos. Importante frisar que nada impede a utilização conjunta dos dois tipos de materiais. Também em seu estado cru, além de tingidores, vernizes e seladores, o MDP aceita bem a aplicação de tintas a base de água e solventes
Na figura ao lado é possível distinguir a diferença entre MDF e MDP. O segundo é o mais utilizados pelas indústrias de móveis retos em série e muito raro sua utilização em marcenaria.
Todos estes materiais são produzidos em painéis com tamanhos padronizados e em várias espessuras, geralmente entre 3 a 25 mm. Quase todos eles, principalmente os de melhor qualidade, são produzidos com madeira de reflorestamento. Embora sejam muito aproveitados em reciclagem ou reutilização, dependendo do tipo de trabalho, muitos artesãos optam pela compra dos painéis, ou seja, nem todo artesanato com estes materiais entram na categoria de reciclados.
Em nosso próximo post vamos tratar da "febre" do momento. A utilização de pallets e embalagens de madeira na confecção de móveis. Muita criatividade e muita coisa bonita vem por aí. Aguardem. Até lá!